Irresistible - Capítulo 26

Butterflies In My Stomach




"A: É uma longa história.
Ho: O.k. Comece do dia que você ganhou o colar."

A: Esssa parte é simples. Eu tinha uns 12 anos de idade, era mês de Setembro acho, muito Sol, principalmente na Califórnia.
Ho: Você morava na Califórnia? O que veio fazer aqui? 
A: Calma, eu vou chegar nessa parte.... Fomos pescar e meu pai achou o colar na calça dele, e me deu dizendo que eu precisava ter esperança, sempre, não importa o que aconteça... Essa é a história do colar. Mas tem a história a seguir, vamos lá, minha vida. Quando eu tinha 13 anos de idade, meu pai começou a ficar doente, muito doente, levamos ele ao médico. Naquela época ele já havia casado com a Juliet, minha madrasta. Ele fez exames de sangue, de tudo. Ele tinha um câncer, comum, mas complicado, sem cura, apenas tratamento, já era tarde demais para removê-lo total e sem prejuízo. Desde então, ele convive com isso, dia e noite, é asfixiante vê-lo de cama, na UTI, dói muito ver o tanto que ele aguenta, só por nós. Eu vejo que ele só luta contra isso todos os minutos, porque se importa demais com a gente. Bom, quase fazendo dezoito anos, me mudei de Fremont. Era uma cidade muito pequena, eu me mudei para Bakersfield, que é só um pouco maior que aqui, mas era uma boa cidade, e eu amava e ainda amo a Califórnia. Eu me mudei para fazer faculdade de Direito lá. Mas esse ano, em setembro, quando ia recomeçar o ano letivo aqui, eu fui transferida, para fazer algo parecido com um estágio, mas que eu vejo mais como um intercâmbio, de três anos, e depois voltar para me formar lá. - Eu devia ter parado, mas eu continuei falando e falando. - E tem meus amigos da Califórnia, eles nem falam comigo mais, desde que eu vim pra cá, eu já mandei e-mails, mensagens de texto, liguei, mandei postais. NADA. Eles não deram sinal de vida nem um pouco, eu terminei com meu namorado, agora ex-namorado, - sorri ao acrescentar. - por telefone. Isso motivada pelo Louis, mas foi uma das melhores coisas que eu fiz durante esse tempo, agora, tem meu pai. Eu tenho muita noção de que ele e Juliet estão escondendo coisas de mim. Meu pai nunca me liga e me fala que está na UTI ou algo do tipo, até hoje isso não aconteceu, e esse colar, esse maldito colar, "Hope" eu já perdi a esperança nele a muito tempo. Eu perdi muita esperança Hollie. Nos sonhos. Eu queria ser atriz, mas olha onde eu estou? Eu estou aqui, Bradford, Inglaterra, moro em Londres, e faço faculdade de Direito. Não tem chance de eu virar atriz um dia. Eu perdi a prática de sonhar, perdi a esperança. - Eu estou tão sensível esses dias. Tão sensível, eu estou sentindo pequenas lágrimas se formarem. Lágrimas. Mas é que eu pareço tão inútil assim. Meu pai, eu não tenho esperanças nele, isso é horrível, meus sonhos não vão dar certo. Eu sou inútil.
Ho: Meu Deus, meu Deus, você tá chorando. Eu não sei o que fazer, eu nunca sei o que fazer quando os outros estão chorando. Ai meu Deus. - Eu curvei um sorriso pra ela, limpei as lágrimas.
A: Está tudo bem, eu só estou um pouco emotiva demais esses dias, só isso. - Leve sorriso. Escutei uma voz conhecida dizendo "Como vai aí?" me virei, Zayn com um copo de Champagne, parecendo alegre estava atrás de nós.
Z: Meu Deus, você tava chorando? - Merda. Eu fico muito vermelha quando eu choro. - Credo Holls, o que você disse a ela? É só as pessoas ficarem dez minutos com você e elas já formam um rio na minha casa.
A: Ela não disse nada. Eu que sou muito sensível, mas eu estou bem.
Z: Certeza? - Assenti. Ele me abraçou minha cintura e beijou meu cabelo. - Bom, então vamos comer. Tem frango! 
Ho: Eba frango! Podem me ajudar aqui? De novo. - Colocamos ela na cadeira de rodas novamente e fomos até a sala de jantar de novo.
Em geral, era uma sala grande até. A escada em espiral estava no centro, tinha uma mesa de 12 lugares bem grande, um tapete, e uma mesa onde estava a comida para o pessoal servir. Tinha frango, salada, gelatina, tortinhas que vimos a Hollie comer mais cedo, pudim, e um bolo. Eu tinha ajudado com Donya e Trisha a fazer aquilo tudo, estava tão bonito, a toalha de mesa, a decoração em si.
Zayn puxou uma cadeira para eu me sentar ao seu lado, a família estava muito feliz, era tanta gente. Havia as três irmãs do Zayn, Yasser, Trisha, Jawaad, Hollie, duas meninas que aparentemente eram irmãs, e o que pareciam seus pais. 
Conversamos, brindamos, rimos, comemos. Era um Natal como deveria ser. Música tocando, família unida, pessoas rindo e brincando, crianças se divertindo. Zayn e eu.
Z: Está gostando? - Estava ficando tarde. Zayn havia me perguntado me abraçando por trás enquanto eu tinha uma conversa divertida com Hollie sobre filmes. Hollie é muito legal. Ela é mais velha, tem 27. Mas nem parece, nem um pouco. Eu daria no máximo 21 por ela ser tão extrovertida. Hollie me contou que aos 12 anos ela sofreu um acidente de carro, e que por isso "eu ando nessa maldita coisa com rodinhas que dói a minha bunda" como ela disse. Me virei para Zayn, Hollie sorriu e saiu, pude ver que ela pegou um salgadinho e um livro e com a ajuda da Whaliyha ela sentou no sofá e ficou lá.
A: Muito. Sua família é tão... família. - Eu disse respondendo a pergunta. - Sinto falta disso. - Ele pegou minha mão.
Z: Bom, você tem isso. Você pertence a essa família agora. - Não consegui conter o sorriso. Sempre tão doce... Me inclinei, coloquei a cabeça no seu ombro, sentindo seu perfume masculino.
A: Você é tão especial, Zayn. - Ele olhou nos meus olhos, mexeu no meu cabelo.
Z: Acho melhor subirmos. - Ele pegou minha mão, nos encaminhou até a escada, até o quarto onde nos colocaram. Abriu a porta, estava tudo escuro. Tateei até a cama. - Oi. - Ele sussurrou.
A: Ei. - sussurrei de volta. Eu não conseguia vê-lo, só conseguia ouvir sua respiração. Ele colocou a mão na minha coxa, se inclinou acariciou meu cabelo, e finalmente me beijou.
Fechei os olhos, aproveitei o momento, era tão mágico, tão único, e estava escuro, completamente escuro, e o escuro falava tanto, aquele beijo falava tanto, o momento, era um daqueles momentos, em que não importa o fato de você ter perdido toda esperança. É como aqueles beijos no meio da guerra, de um casal apaixonado, onde só importa o aqui e o agora, e o sempre, o sempre. Um daqueles beijos com urgência, como se a vida dependesse disso. E eu? Eu já tive vários desses momentos, posso lhe dizer, todos eles foram com esse mesmo garoto, e espero que seja para sempre.
Z: Feliz dois meses de namoro. - ele disse curvando os lábios em um pequeno sorriso. Acendeu uma vela ao lado da cama. De novo, eu não pude conter o sorriso. Eu poderia ficar sorrindo o tempo todo, sem motivo, só de estar ao lado dele.
A: Eu nunca encontro palavras, nunca encontro palavras, existem milhões de palavras, e eu nunca encontro as certas a dizer, mas acho que eu preciso te dizer, não importa o quanto isso seja comum. Eu te amo. - Foi a vez dele de sorrir, sorrir e sorrir.
Z: Você venceu. Eu te amo. Eu te amo e te amo. - Sorri, sorrimos, mãos se tocando, calafrio percorrendo, milhões de sensações, mil e seiscentas borboletas no meu estômago, tudo volta com mais intensidade. Eu estava certa em dar uma chance ao "quem sabe?" ele com certeza é O garoto.

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